Provavelmente ninguém colocaria a mão na fogueira por Michel Temer. Ou por qualquer outro político. Mas a informação de que um perito identificou 14 cortes (!) no diálogo de Temer com Joesley Batista só confirma as minhas desconfianças: aí tem caroço.
O episódio envolvendo Dilma Rousseff, Lula e o “Bessias” — lembram? — nos ensinou que “grampear o presidente da República é crime”, certo? Contudo, Edson Fachin, relator da Lava Jato, ignorou tal coisa e aceitou que a escuta integrasse a delação homologada do açougueiro. Vou além: pensar que o Ministério Público de Rodrigo Janot (hum...) e a Polícia Federal foram coniventes com esse descalabro torna a coisa ainda mais grave...
Temer pode, sim, ter cometido delitos. E, caso isso se confirme, terá que responder por eles. Mas o fato de o peemedebista não ter renunciado por causa da conversa telefônica não deve passar desapercebido. Sobretudo porque alguns juristas e jornalistas consideram que o conteúdo das gravações não corresponde, em absoluto, ao que alguns setores da imprensa querem fazer supor.
Aguardemos os próximos capítulos.