Ronaldinho Gaúcho foi o único jogador no planeta que ganhou uma Copa do Mundo (2002), uma Liga dos Campões da Europa (2005-06), o prêmio de Melhor do Mundo (2004 e 2005) e uma Libertadores da América (2013). Extremamente veloz e dono de uma habilidade sobrenatural, foi um dos três melhores que já vi jogar na vida. Acreditem: no auge da carreira, quando atuava pelo Barcelona, superava, de longe, Messi e Cristiano Ronaldo — embora, provavelmente pelo conhecido apreço à boemia, tenha tido números menos expressivos do que o argentino e o português.
Não por acaso, conseguiu, em 2005, a façanha de ser aplaudido de pé pela torcida do Real Madrid (!), em pleno Santiago Barnabéu, na vitória de seu time contra os donos da casa por 3 a 0, com direito a show do brasileiro.
O anúncio da aposentadoria de Ronaldinho Gaúcho — algo que, a bem da verdade, ele já deveria ter feito há, pelo menos, uns dois anos —, encerra um capítulo importante do futebol mundial. Não acredito que surja tão cedo — se é que um dia surgirá — outro jogador com tamanho talento. Um verdadeiro artista da bola.
“Acreditem: no auge da carreira, quando atuava pelo Barcelona, superava, de longe, Messi e Cristiano Ronaldo” Exagero? Vejam esse vídeo:
Debaixo de um frio de 6º — e chovendo, para piorar a situação —, o Manchester United consegue colocar 74.000 torcedores dentro do estádio para assistir um jogo de futebol em uma segunda-feira à noite.
Sinceramente, o amor que o povo inglês nutre pelo futebol é um negócio que chega a comover.
O jornalista e escritor Carlos Heitor Cony, falecido no dia 05 de janeiro, aos 91 anos, era membro da Academia Brasileira de Letras — e, portanto, merece respeito.
Contudo, é impossível nutrir simpatia genuína por um cidadão que, tendo sido demitido do jornal Correio da Manhã durante a ditadura militar, acionou o estado por ter sido “prejudicado” e ganhou uma indenização R$ 1,4 milhão, além de uma pensão mensal de R$ 19 mil. Dinheiro público que poderia ser aplicado em hospitais, amigos.
“Acho que vou começar a usar fones na rua. Gosto de caminhar e, por onde caminho, nos bairros chiques do Rio, as pessoas finas passam com seus carros grandes e gritam: 'viado filho da puta', 'viado, vai pra Cuba', 'vai pra Paris, viado'. O único consenso é o 'viado'.”
(Na estreia de sua turnê nacional, em Belo Horizonte, Chico Buarque ironizou o tratamento que tem recebido em suas caminhadas no Rio. Particularmente, não sou favorável a insultar ninguém gratuitamente na rua — seja famoso ou não. Se temos algo contra uma pessoa, simplesmente devemos... ignorá-la. E, no caso do cantor, há um agravante: esse tipo de atitude acaba dando “munição” a tipos como o articulista d'o Globo que, em sua sua resenha repleta de ressentimento, afirmou que “a Caravana de Chico passa” enquanto “os cães (!) ladram”. Vejam só: o cara escreve no jornal um negócio com esse grau de virulência... e os outros é que têm “ódio”...)
Jogador do Flamengo durante dez anos, Léo Moura, atualmente no Grêmio, decidiu comemorar o título da Libertadores provocando o ex-clube no Instagram. “Nós cheiramos a título”, disparou, em vídeo, o já grisalho lateral, na companhia do goleiro Paulo Victor, também ex-Fla. Um verdadeiro papelão.
Ingrato e rancoroso, Léo prefere não levar em consideração que foi tratado com respeito pelo clube até a sua transferência para o Strikers (EUA) — com direito, inclusive, a jogo de despedida (!). Algum tempo depois, declarou à imprensa estar “arrependido” de ter saído. No ano seguinte, já com 36 anos, tentou voltar à Gávea. O Flamengo tinha direito de não querer. E não quis.
No entanto, ao que parece, ele não digeriu bem a recusa.
Léo Moura precisa entender o óbvio: casos como o meia Zé Roberto — que se aposentou recentemente, aos 43 anos (!), ainda atuando em alto nível — são raros, muito raros. Tanto que, apesar de posar todo sorridente ao lado da Taça Libertadores, Léo — a exemplo do já mencionado Paulo Victor — é reserva no Grêmio.
Maior ídolo da história do Grêmio, Renato Gaúcho tornou-se ontem o primeiro brasileiro a vencer a Libertadores como atleta — diga-se de passagem, um dos melhores pontas-direitas que esse país já viu — e como técnico.
Longe de ser propriamente um “estudioso” do futebol, Renato, na condição de treinador, usa toda a malandragem (no bom sentido) que acumulou ao longo dos anos que passou dentro das quatros linhas. Como podemos perceber, após um início claudicante na nova profissão, passou a dar certo.
Além disso, o que se sabe é que ele, apesar do lado irônico e provocador, é um cara do bem. O recente caso do jovem torcedor gremista com câncer que quis conhecê-lo e acabou tendo a surpresa de se encontrar com o time inteiro é um exemplo. E há vários outros: quando atuou no Fluminense, em 1995, o clube estava com os salários atrasados às vésperas do Natal. Compadecido, emprestou dinheiro para os companheiros passarem as Festas.
Todo o sucesso do mundo para Renato Gaúcho. Ele merece.
Torcedor do Grêmio, Wilian Lima Garcez Júnior, 22 anos, luta contra um câncer da pleura. Uma campanha nas redes sociais clamava pelo encontro do técnico da equipe, Renato Gaúcho, com o rapaz. Após ser informado pelo seu assessor de imprensa, Renato pediu para que Wilian fosse levado por seus familiares ao Centro de Treinamento do clube.
Ao entrar no auditório do CT, Willian, emocionado, se deparou com uma surpresa preparada pelo treinador: todo o elenco do Grêmio foi recepcioná-lo. E ele ainda recebeu uma camisa autografada por todos os jogadores.
Resumindo: nunca será “só” futebol. E que Deus abençoe Renato Gaúcho por este gesto de tamanha nobreza.
A minha simpatia e meu respeito por Chris Martin só fazem aumentar. No dia 08 de novembro do ano passado, o vocalista do Coldplay fez um pocket show surpresa para crianças internadas no Instituto do Coração, em São Paulo.
E não é a primeira vez: Martin já visitou fãs doentes nas Filipinas e na Espanha. Claro, podem dizer que se trata de uma “jogada de marketing do gringo”. Mas o cinismo de alguns já não me surpreende nem um pouco.
Em tempo: se perguntar não ofende, alguém já viu Caetano Veloso fazendo algo semelhante, em vez de ficar apoiando um sujeito como Guilherme Boulos?