Em fevereiro, a jornalista Miriam Dutra, com quem Fernando Henrique Cardoso teve uma relação extra-conjugal na década de 1990, declarou à Folha de São Paulo que o ex-presidente enviou recursos para o seu filho, Tomás Dutra, através de um contrato fictício com a empresa Brasif. S/A.
Na mesma entrevista, afirmou que foi “exilada” para a Europa no sentido de “não atrapalhar” a chegada de FHC à presidência. E que “estava na hora” de a história se tornar de conhecimento público, pois ela não queria “levar isso para o túmulo”.
Pois bem. O próprio Fernando Henrique mostrou-se tranquilo – até interessado – diante de uma possível investigação. E não tardou para que a Polícia Federal convidasse Miriam para depor. Ontem, em depoimento, ela não somente revelou que mudou-se para a Europa “por vontade própria”, como não sustentou a versão da “remessa ilegal” apresentada há dois meses.
Detalhe: apesar do afeto que FHC nutre por Tomás – a quem jamais deixou de ajudar financeiramente –, dois (!) exames de DNA apontam que o rapaz, hoje com 25 anos, não é filho do ex-presidente. E, por alguma razão, não mantém uma boa relação com a mãe.
Miriam Dutra merecia responder um processo. Mas não devemos nos surpreender se Fernando Henrique optar por não movê-lo. O simples fato dessa senhora ter sido “desmascarada”, já é, por si só... uma grande vitória.

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