Sempre tive respeito pela Exame. Mas, dessa vez, a revista pisou na bola. E feio.
Na sua edição mais recente, a publicação estampou na capa a imagem de Mick Jagger, como uma espécie de “garoto propaganda” das novas regras da Previdência. E com a seguinte chamada: “(...) assim como Mick Jagger, você terá que trabalhar velhice adentro. A boa notícia: preparando-se para isso, vai ser ótimo”.
A Exame só “esqueceu” de frisar o seguinte: o vocalista dos Rolling Stones é um homem bilionário. Há décadas, não depende de suas atividades laborais — e muio menos do serviço social britânico — para sustentar seus oito filhos, cinco netos e uma bisneta. Trabalha por esporte. Não é um idoso brasileiro que se alimenta mal e sequer consegue pagar um plano de saúde.
Trabalhar até os 65 anos não é um problema. Muito pelo contrário: o trabalho só edifica. Conheço octogenários que permanecem na ativa. Triste é quando um governo considera que 35 anos de contribuição não são suficientes. Sobretudo se observarmos que poucos viverão para receber da Previdência durante três décadas e meia.
E a Exame, por sua vez, em um exercício de pura desonestidade intelectual, tenta criar algum tipo de “glamour” em torno dessa situação. Lamentável.

Nenhum comentário:
Postar um comentário